sexta-feira, 26 de novembro de 2010

A guerra nossa de cada dia...




E a guerra do RJ chegou as TVs. Transmitida ao vivo por vários canais, as imagens nuas e cruas chocaram, horrorizaram, assustaram a todos. Não faltaram comentários...nas redes sociais a guerra carioca (perdoem o péssimo trocadilho) bombou. Pessoas comentavam sobre as ações da policia (alguns pareciam especialistas em segurança publica, sentados nos seus confortáveis sofás), criticavam o fato de deixarem centenas de bandidos fugirem (eu inclusive), a solução era: "Mata todo mundo!", como se fosse simples que nem em um jogo de videogame. Esquecem que toda operação deve ser preparada, estudada, que um confronto ali seria colocar em risco a vida de policiais e inocentes. Outros comentários se sensibilizavam com os pedidos de paz de alguns moradores que balançavam bandeiras brancas de suas janelas. As pessoas se diziam tristes, tocadas e sentidas com tal demonstração. A pergunta que fica é: "Onde vocês estavam???"
O Rio de Janeiro esta em guerra constante ha muito tempo. Esses moradores que ontem apareceram na TV pedem paz todos os dias há anos. E ninguém ouve, ninguém vê. A guerra do RJ é a guerra nossa de cada dia. Uma batalha silenciosa, quase invisível aos olhos da sociedade...Policia e bandidos se enfrentam diariamente em favelas, guetos, morros...Milhares já morreram, milhares morrerão (inocentes, policiais e bandidos) sem que ninguém veja, se choque, ou fique horrorizado. Sabem por quê? Porque não vai passar ao vivo na Globo. Só nos sentimos atingidos quando assistimos aquilo que não queremos ver. Aí sim surge em alguns o sentimento de revolta, de medo, de horror...Sentimento esse que deveria ser diário. Agora procuramos os culpados: Maconheiros, drogados, políticos, policiais, classe média, bandidos, etc...O problema é muito maio que isso. Não resolveremos o problema da violência que nos assola, legalizando as drogas ou prendendo todos os viciados, por exemplo. É muito maior, muito mais amplo. Precisamos nos mobilizar agora, já. Em busca de uma sociedade mais igual, mais justa e o principal, uma sociedade menos egoísta, onde o bem coletivo seja tão ou mais importante que o bem individual, pois daqui a alguns dias essa guerra televisionada vai acabar e só vai sobrar aquela guerra obscura, silenciosa, invisível, que ninguem vê, que ninguém assiste e periga que continuemos achando que tudo esta bem. Só nos "revoltaremos" de novo quando assistirmos ao Tropa de Elite 3.

"Não se busca a paz em tempos de guerra. Se busca a paz sempre"

domingo, 14 de novembro de 2010

Saudade...




Como sentimos saudade...
Sentimos saudade da infância, sentimos saudade de amigos, de ex-namoradas(os), de bichos de estimação. Sentimos saudade dos nossos pais, dos nossos irmãos, da nossa juventude.
Também sentimos saudade de coisas um pouco estranhas...Eu, por exemplo, sinto saudade de Cherry Coke, sim, eu gostava daquilo. Também tenho saudade de outras comidas que não acho mais, como: Zambinos (biscoito sabor pizza), Chocolate Surpresa, Pirocoptero, Kibombom Doce de leite, bala Banda, etc.
Podemos sentir saudade de algo muito relevante em nossas vidas, ou em algo sem tanta importância assim, mas o sentimento é o mesmo, o que muda é o que vem junto.
Existem saudades nostálgicas, gostosas de se sentir...Lembramos com saudade das nossas brincadeiras de criança, dos amigos e de como era boa aquela época sem tantas preocupações. Sentimos saudade da nossa adolescência...das farras, das paixões, das merdas que fazíamos, típicas de "moleques" da nossa idade. Também existe uma saudade meio sonhadora, de algo que nunca presenciamos ou sentimos e que mesmo assim mexe com a gente. Eu (de novo eu), por exemplo, sinto saudade de tempos passados. Adoraria ter vivido na mesma época que Noel Rosa e Cartola, ter presenciado o surgimento da Bossa Nova, comemorar gols de Pelé, Garrrincha e Ademir Menezes, visto Chaplin e seu cinema mudo...Fatos que nunca vi, senti, mas que mesmo assim me dão uma tremenda saudade. Mas também existe aquela saudade que dói, aquela saudade que parece não querer cicatrizar... Saudade de pessoas queridas que partiram, de forma definitiva ou não. Saudade de dores, amores...Saudade na pior das suas definições.
A verdade é...sempre sentiremos saudade. Seja de coisas boas, ruins, irrelevantes ou essenciais, a saudade vai sempre existir, o truque é saber lidar com ela da melhor forma. Eu (prometo que é a ultima vez), por exemplo, tenho minhas saudades, mas procuro fazer de tudo para matá-las. Parece meio cruel né? Mas é isso mesmo. Quando sinto saudade dos tempos antigos, coloco Noel no som, quando sinto saudade de uma comida, procuro algo da mesma época que ainda existe, quando sinto saudade de alguns amores, vejo fotos, cartas, e-mails, etc, sem o menor rancor, apenas lembrando das coisas boas (mais clichê impossível né?). Portanto, se vocês sentirem saudade de algo, matem-na imediatamente. E, de forma alguma, deixem acumulá-la...Liguem para um amigo distante, marquem um almoço com sua melhor amiga do colégio, reúnam a turma da faculdade, se encontrem com antigos companheiros de trabalho, estreitem os laços com suas novas amizades, mantenham forte as ligações com as mais antigas e tornem reais suas amizades virtuais. É a melhor forma de se manter saudável diante de um sentimento incurável.


"A medicina está muito avançada, mas no seu caso não adianta nada...É incurável a sua enfermidade, não há remédio pra curar uma saudade" Trecho da música Diagnóstico de Wilson Batista